Eduardo passou meses em missão pelo Exército, enfrentando o calor sufocante, o barulho dos tiros e o medo constante de não voltar. Mas nada o preparou para o que encontrou ao retornar para casa.
Ao descer do ônibus numa tarde abafada de fevereiro, tudo parecia no lugar na pequena cidade onde morava. As mesmas crianças correndo descalças atrás de pipas, os postes tortos e o rádio antigo tocando sertanejo ao longe. Mas havia algo errado. A grama alta do quintal, as janelas fechadas, o cheiro de abandono…
Ao girar a chave e empurrar a porta de casa, o que viu foi o começo de um pesadelo que nenhum campo de batalha poderia ensinar a enfrentar.
Na cozinha, sua filha, Lia, ajoelhada no chão, comia o que restava no pote de ração do cachorro. Não chorava, não gritava. Só mastigava em silêncio. A camiseta suja, os cabelos presos de qualquer jeito, a pele fina de quem há muito não via um prato cheio.
Eduardo congelou. Aquilo quebrou algo dentro dele. A menina que deixou risonha e bem cuidada estava irreconhecível. Tentou se aproximar devagar, mas ela recuou instintivamente, protegendo o pote como um animalzinho com medo.
Quando finalmente conseguiu pegá-la no colo, sentiu o peso leve demais, a ausência de abraço, o silêncio de quem não sabia mais se podia confiar.
A casa inteira gritava abandono: comida estragada, geladeira desligada, brinquedos empoeirados, roupas sujas acumuladas. E em cada canto, a ausência de cuidado.
Lia contou que a tia Viviane havia prometido voltar, mas desapareceu. A luz cortada, o telefone mudo, o medo de sair à rua e encontrar o homem que gritava todas as noites lá fora. Sozinha, isolada, esquecida.
No quarto dela, um desenho com a frase: “Hoje é o dia que o papai volta.” Mas era antigo. Ela esperou. E esperou. Até parar de esperar.
No diário escolar, rabiscos tristes: “A tia não voltou. O cachorro sumiu. Desenhei o papai pra não esquecer o rosto dele.”
Eduardo chorou. Não havia trincheira que o preparasse para aquilo. Decidiu ali mesmo: não voltaria para o quartel. Sua missão agora tinha um novo nome.
Nos dias seguintes, limpou a casa, lavou roupas, consertou brinquedos, arrumou a cozinha, abriu as janelas e tentou devolver a cor à infância de Lia. Construiu uma mesinha de madeira com as próprias mãos, e foi ali que ela desenhou, pela primeira vez, algo diferente: uma casa aberta, um homem de barba, uma menina sorrindo com um cachorro no colo.
“Você quer um cachorro?”, ele perguntou.
“Quero um que também tenha ficado sozinho”, ela respondeu.
Dias depois, Eduardo decidiu enfrentar o passado. Procurou Viviane, que havia prometido cuidar de Lia. Encontrou-a abatida, envergonhada, sem desculpas. Ela confessou que havia perdido o emprego, a força, a coragem. Disse que saiu para pedir ajuda… mas teve vergonha de voltar.
Ele não gritou. Apenas disse: “Você sabe o que ela comeu? Onde ela dormiu?”
Viviane apareceu na porta no dia seguinte, com pão e leite. Não pediu perdão, só quis saber se ainda poderia ajudar — nem que fosse do outro lado da rua.
Lia, em silêncio, se aproximou dela. Não abraçou, não sorriu. Mas também não se afastou. Apenas sussurrou ao ouvido:
“Se você ainda lembra de quando me chamava de pedacinho bom da vida, então talvez ainda dê pra consertar.”
E naquela casa simples, onde antes morava o abandono, nasceu um novo começo. Feito de pequenos gestos, janelas abertas, comida no fogo e silêncio compartilhado.
Porque algumas guerras não deixam feridas no corpo, mas cicatrizes na alma. E o que reconstrói não são promessas, mas a decisão de ficar.
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