O que era para ser apenas mais uma semana movimentada nas redes sociais se transformou num verdadeiro furacão de denúncias, prisões, investigações e reviravoltas. A operação “Desfortuna”, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, detonou uma bomba no mundo dos influenciadores digitais e revelou um esquema bilionário de jogos de azar ilegais que envolve nomes conhecidos como Hytalo Santos, Bia Miranda, Gato Preto, entre outros. E, como se não bastasse, até a influenciadora Virgínia Fonseca acabou sendo arrastada para o olho do furacão, mesmo sem confirmação oficial de envolvimento.

 

 

A internet não perdoa, e o público acompanha em tempo real cada detalhe desse escândalo que já está sendo chamado de “a queda dos tigrinhos”. A expressão, que surgiu como apelido para influenciadores envolvidos em plataformas de apostas, ganhou força depois que nomes de peso tiveram seus bens investigados, suas redes suspensas e sua imagem pública colocada em xeque.

Entre os principais nomes citados está Hytalo Santos, que teve sua conta suspensa pelo Instagram e virou alvo direto da investigação. A Polícia Civil aponta indícios de lavagem de dinheiro, estelionato, publicidade enganosa e crime contra a economia popular. O volume de dinheiro movimentado assusta: relatórios do COAF revelam transferências que somam R$ 4,5 bilhões entre 2022 e 2024, com movimentações feitas por pessoas físicas ligadas diretamente ao esquema.

Bia Miranda, ex-Fazenda e nome constante nas páginas de fofoca, também figura entre os alvos. Ela, junto de sua mãe Jenny Miranda, do influenciador Maau e outros rostos populares, teria promovido jogos de azar com promessas irreais de lucros fáceis. Muitos internautas relatam terem sido influenciados por conteúdos que romantizavam as apostas como forma rápida de enriquecimento — quando, na prática, a maior parte do público saía perdendo.

As investigações apontam que esses influenciadores lucravam não com as vitórias dos seguidores, mas sim com as perdas — ganhando comissões e porcentagens sobre os prejuízos dos apostadores. Tudo isso disfarçado de vídeos “inocentes”, reels engraçados e stories motivacionais. A chamada “influência tóxica” tomou forma e agora, com a ação da Justiça, começa a ser cobrada com força.

Mas o que talvez tenha causado ainda mais burburinho foi o nome de Virgínia Fonseca ser citado informalmente por alguns internautas no meio desse escândalo. Apesar de até agora não existir qualquer envolvimento oficial dela nas investigações, boatos começaram a circular depois que o influenciador Felca, conhecido por criticar duramente o mundo da ostentação digital, relembrou que já havia exposto comportamentos problemáticos no meio dos “tigrinhos”, e que alguns deles tinham relações com figuras públicas do alto escalão da internet — Virgínia inclusa.

Felca, aliás, virou quase um porta-voz da indignação popular. De vídeos engraçados no TikTok, ele passou a ser celebrado por denunciar práticas questionáveis de influenciadores, e agora tem sido citado até por políticos e comentaristas como uma figura relevante no combate à desinformação e à exploração digital.

Segundo internautas, Felca “começou zoando e terminou acabando com a raça dos tigrinhos”. A expressão circula por perfis no X (antigo Twitter) e já virou meme, reforçando a ideia de que ele está vencendo uma “batalha” contra a falsa imagem construída nas redes. Em uma de suas lives, Felca comentou que muitos dos que hoje posam de vítimas já sabiam, há muito tempo, o que estavam promovendo. “Isso não é só sobre aposta. É sobre enganar milhões de pessoas por dinheiro”, disparou.

Outro nome que chamou atenção foi o da influenciadora Isabel Veloso. Lutando contra um câncer e conhecida por relatar sua trajetória comovente nas redes sociais, Isabel teve sua conta suspensa junto com outros nomes polêmicos, como Camila “Boca de 09”, o que gerou revolta em parte da internet. Muitos consideraram injusto colocá-la no mesmo grupo de investigados, afirmando que sua presença ali seria fruto de ranço acumulado por parte de internautas. Até o momento, não há nenhuma evidência de que Isabel esteja envolvida com jogos de azar ou crimes.

 

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Por outro lado, a indignação com os “tigrinhos” só aumenta. As redes estão lotadas de depoimentos de seguidores que se dizem lesados pelas promessas de ganhos fáceis, que perderam dinheiro, confiança e até mesmo estabilidade emocional ao seguirem conselhos de quem lucrou às suas custas. O caso virou alerta geral para o poder — e o perigo — da influência digital.

Com os desdobramentos em andamento, as autoridades continuam realizando buscas, bloqueios e interrogatórios. Armas foram encontradas na casa de um dos investigados, e novas prisões podem ocorrer nos próximos dias. A expectativa é de que o caso sirva como marco para uma regulamentação mais rígida da publicidade de apostas e do comportamento de influenciadores digitais.

O que fica, por enquanto, é o choque. O público, acostumado a acompanhar a vida luxuosa desses nomes nas redes, agora vê a realidade por trás das câmeras. Roupas de grife, carros importados e viagens internacionais, que antes eram símbolo de sucesso, agora são provas em investigações sobre crimes financeiros.

Enquanto isso, nomes como Virgínia Fonseca buscam se distanciar de qualquer boato, mantendo silêncio absoluto — uma estratégia, talvez, para não alimentar ainda mais a especulação. Até que surjam provas ou declarações oficiais, tudo permanece no campo dos comentários e suposições.

De qualquer forma, essa história ainda está longe de acabar. Com bilhões em jogo, perfis derrubados, influenciadores investigados e a justiça de olho, o mundo das redes sociais nunca mais será o mesmo. E a pergunta que fica é: quem será o próximo a cair?