O que você faria se descobrisse que seu marido, além de te trair enquanto você carrega o filho de vocês, também está desviando milhões da própria empresa para sustentar uma vida dupla com a amante? Audrey Montgomery soube exatamente o que fazer — e a forma como ela reagiu não foi apenas brilhante, foi histórica.

Era para ser um dos dias mais emocionantes da vida de Audrey. Grávida, ela estava prestes a ouvir o primeiro batimento cardíaco do seu bebê. Mas ao seu lado, a cadeira vazia. Harrison Montgomery, seu marido, um dos homens mais ricos de Nova York, mandou uma mensagem minutos antes: “Crise urgente na empresa. Não posso sair.” Ela não acreditou. E naquele instante, sozinha na sala fria da clínica, ela tomou a decisão que mudaria tudo.

Audrey não era uma esposa qualquer. Arquiteta de formação, ela abandonou a carreira para ajudar o marido a construir um lar e gerenciar as propriedades e a fundação da família. Por cinco anos, ela acreditou que vivia um casamento sólido, pautado em parceria. A verdade era bem diferente.

Usando o acesso ao servidor compartilhado do casal — um sistema que Harrison criou para que “tudo fosse transparente” entre eles —, Audrey começou a fuçar. O que ela encontrou era um quebra-cabeça de traição, fraude e mentira. Cartões de crédito que ela não conhecia, pagamentos de hotel de luxo, jantares caríssimos em noites em que ele dizia estar em reuniões, compras de joias que nunca chegaram em casa. E o pior: uma transferência mensal de 50 mil dólares para uma empresa de fachada ligada a um apartamento de luxo em Tribeca. Quem morava lá? Sloan Harrison, a amante.

Sloan não era apenas uma mulher jovem e bonita. Audrey se lembrou dela como uma analista júnior ambiciosa de uma empresa rival que havia sido adquirida por Harrison dois anos antes. O tipo de mulher que sabia exatamente o que queria — e sabia como conseguir. Ela mudou o nome legalmente, construiu uma nova identidade e virou a sombra de Audrey, vivendo uma versão paralela do que deveria ser sua vida.

Mas Audrey não se destruiu. Ela se reconstruiu. Ligou para Beatrice Shaw, a advogada de divórcio mais temida de Nova York. A estratégia era clara: silêncio absoluto, disfarce total. Enquanto Audrey interpretava a esposa compreensiva, amorosa e levemente ingênua, uma equipe de investigadores, contadores forenses e analistas trabalhava nos bastidores.

Aos poucos, a máscara de Harrison começou a rachar. A equipe descobriu movimentações financeiras altamente suspeitas, dinheiro sendo desviado da empresa, contas offshore, investimentos ocultos — tudo escondido sob o pretexto de negócios legítimos. O caso extraconjugal era apenas a ponta do iceberg.

Então veio a noite em que tudo mudou.

Audrey estava em casa, fingindo normalidade, quando recebeu uma mensagem do investigador Peterson: homens de terno estavam invadindo a cobertura de Sloan. Não eram da equipe de Audrey. Eram do próprio Harrison. Ele estava despejando Sloan. De forma brutal. Naquela mesma noite, em que disse estar “trabalhando” no escritório, ele expulsava sua amante com escolta, sem deixá-la pegar nem uma escova de dente.

Audrey assistiu tudo em tempo real pelas mensagens do investigador. Sloan, desorientada e furiosa, foi colocada à força em um carro preto. Harrison, naquela mesma noite, voltou para casa parecendo esgotado e com um discurso pronto sobre o “fundo de Singapura”. Mas havia mais. Muito mais.

O que Harrison não sabia era que Audrey estava sempre dois passos à frente. Ele ainda achava que controlava a narrativa. Que estava fazendo uma limpa para esconder algo ainda maior. Mas Audrey já tinha o jogo nas mãos — e todas as cartas que precisava para derrubar o castelo de areia que ele construiu.

Ela não ia apenas se vingar. Ela ia reescrever o final da história. E o nome que estaria no topo, no final de tudo, não seria mais o dele.